Em entrevista coletiva, investigadores apresentam novos detalhes sobre o homicídio do empresário bacabalense Marquinhos
O inquérito foi fechado ontem (12), e a entrevista teve como objetivo dar um apanhado geral do trabalho realizado até agora, apresentando o resultado final da primeira fase da investigação. Leia o resumo da entrevista abaixo:
DIA 1
No dia 1º de fevereiro de 2021, policiais militares do Serviço de Inteligência levaram Marquinhos e Ribamar para terrenos baldios, por suspeitar que os dois estavam envolvidos em furto e receptação de carneiros. De acordo com o delegado Carlos Renato, essa investigação tinha caráter puramente particular e não foi informada oficialmente na delegacia.
Ainda nessa data, diligências preliminares já haviam sido desenvolvidas pela Delegacia Regional de Bacabal. Entretanto, o corpo de Marquinhos não havia sido localizado.
Com o encontro do cadáver de Marquinhos na manhã do dia 2, a Delegacia Geral de Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública determinaram o encaminhamento de equipes para que se deslocassem à Bacabal, a fim de dar seguimento às investigações já iniciadas pela delegacia. No começo da manhã, foram ouvidas testemunhas, policiais militares e também feita uma vistoria rápida na cena onde o corpo do empresário foi encontrado.
Em razão disso, o subcomandante do 15º BPM deu voz de prisão e apresentou na delegacia os cinco policiais suspeitos da praticar o crime. Também foram apresentadas as armas de fogo que eles utilizaram em serviço e os três veículos conduzidos por eles na situação.
"Diante disso, já havia elementos para efetivar uma prisão em flagrante, e assim foi feito. No transcorrer da investigação houve coleta de imagens e provas testemunhais que fortaleceram a tese de homicídio.", disse o delegado Carlos Renato.
Dias posteriores
Com a evolução do trabalho investigativo, o Poder Judiciário homologou a prisão em flagrante dos policiais e converteu em prisão preventiva. Em seguida, eles foram encaminhados para o Presídio da Polícia Militar conhecido como "Manelão", na capital.
A tentativa de homicídio praticada contra José de Ribamar
O vaqueiro Ribamar afirmou que, no decorrer do caso, os policiais disseram que o jovem "tinha que morrer" por ser uma testemunha. Mas o revólver utilizado por um desses suspeitos falhou, momento que Ribamar aproveitou para empreender fuga, passando vários dias na mata.
Na entrevista, foi declarado que até o momento não há convicção de que existia um grupo de policiais, fora os cinco conduzidos, interessados em buscar José de Ribamar.
Durante a entrevista, foi dito que os PMs conduzidos, na presença de seus advogados, resolveram exercer o direito de permanecerem calados, desejando se pronunciarem apenas em juízo.
O inquérito de 400 laudas já foi concluído, e no relatório, consta que os suspeitos foram indiciados por abuso de autoridade, tortura, tortura seguida de morte, fraude processual e ocultação de cadáver.







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